Falência da Empresa Capital, Algo a Se Pensar

Lí recentemente numa reportagem feita por Izabelle Torres – Correio Brasiliense – 03/10/2009, que a empresa Capital, uma das mais respeitáveis e tradicional fornecedora do Governo, principalmente em Brasília, faliu a pedido de familiares logo após o suicídio do sócio-proprietário Wilson Lemos. A empresa tinha um contrato com a Câmara dos Deputados para fornecer cerca de 1.300 funcionários de várias funções, dentre elas jornalistas. Foram retidos da Capital cerca de R$130 milhões por precaução, já que havia ameaça de falência. Segundo técnicos da Câmara, a empresa era considerada uma das melhores prestadoras de serviços terceirizáveis, nunca havia atrasado qualquer pagamento e nem havia registro de reclamações por parte dos funcionários. Essa assertiva se confirma no desentendimento dos funcionários, onde parte aceitou um acordo, que seria pago através do valor retido, e parte preferiu entrar na justiça para tentar receber a integralidade dos direitos. O Sindicato dos Jornalistas está sendo acusado de ser o maior responsável por não ter havido acordo, além de incentivar a abertura de processos. Pois bem, este quadro demonstra claramente que o processo de terceirização no Brasil está ficando cada vez mais autofágico, pois além da pressão para se oferecer preços cada vez mais inexequíveis, por força da competição desleal da informalidade, estagiários, OSs, cooperativas, etc., além de gestões contrárias de setores importantes da sociedade ainda durante o contrato, através do abuso de poder, retêm-se faturas a bel prazer; aplicam-se multas exorbitantes, etc., que só podem levar a um caminho: a falência da empresa prestadora de serviços. Acredito que este tenha sido o maior problema da Capital. Que atividade formal, notadamente no setor de serviços, teria condições de sobreviver se lhe tirassem R$130 milhões do seu giro? Esse maquiavélico processo cresce cada vez mais, alimentado por noticias, na sua grande maioria negativas, que saem diariamente na imprensa. As entidades representativas precisam urgentemente focar na defesa do setor como um todo, pois o que esta predominando hoje no mercado é uma exploração e não uma parceria, essência do ganha ganha que devia prevalecer num processo saudável de terceirização.

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