Terceirização: a CUT e a esquerda “burra”.


A única explicação plausível para que a CUT e alguns intelectuais de esquerda alimentem a sórdida campanha contra a terceirização, reiterada aos moldes de Paul Joseph Goebbels, é o entulho ideológico mantido pelo ópio da esquerda, como diria Arnaldo Jabour, que se sustenta no velho estratagema, mas que, desafortunadamente, ainda tem algum eco, da apropriação, indébita, do direito exclusivo de defesa da dignidade humana. Será que a esquerda continua burra, como um dia afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Lamentavelmente, através da linguagem humanitária e altruísta, ainda conseguem manipular e dissimular interesses políticos estratégicos ideológicos em detrimento dos interesses do país, como já nos mostrou a Constituinte, o Plano Real e o processo de Privatização, projetos que colocaram o Brasil no rumo da prosperidade, e que, por ironia do destino, são exatamente os seus detratores os que mais se beneficiam.

Portanto, esta esquerda “burra” que perdeu o chão (discurso) após a queda do muro de Berlim, ainda tenta, através de precedentes perigosos, os mesmos - espero que seja um exagero meu - que Richard Overy, no seu livro “os DITADORES”, grafado assim mesmo, atribuiu ao maior sustentáculo de dois dos regimes mais sangrentos da história, a Alemanha de Hitler e a União Soviética de Stalin, que foi a capacidade, daqueles déspotas onipotentes de manipular duas das mais poderosas e repreensíveis emoções humanas: a inveja e o ressentimento.

O presidente da CUT, senhor Artur Henrique da Silva Santos, tem reiterado em todos os fóruns que participa, eu fui testemunha em pelo menos dois deles, na Câmara dos Deputados e no Tribunal Superior do Trabalho, que o processo de terceirização é o maior responsável pelo aumento de acidentes e mortes no ambiente de trabalho, chegando a afirmar que entre 10 acidentes de trabalho, oito ocorrem em situações de terceirização. O pior! é que alguns intelectuais de esquerda como os professores Anselmo Luis dos Santos(CESIT/IE/Campinas) e Maria da Graça Drucki de Faria (CRH/UFBA) embarcaram nesta “canoa furada”, utilizando-se de expressões, no mínimo, inadequadas, como: “trabalho análogo à escravidão” e “saúde não se negocia”, respectivamente.

Primeiro é de bom alvitre enfatizar que todos os estudos sérios que tratam do assunto, ressaltam, sempre em preliminar, que inexistem no Brasil um sistema de informação que permita estimar e/ou acompanhar o real impacto do trabalho sobre a saúde da população brasileira. Aliás a CT-SST – Comissão Tripartite de Segurança no Trabalho - da qual a CUT participa com quatro membros, também endossa esta assertiva, como consubstanciado numa de suas atas, que a escassez e inconsistência das informações sobre a real saude dos trabalhadores, dificultam qualquer planejamento e implementação de ações que protejam a saúde do trabalhador, além de carecer de mecanismo que incentivem medidas de prevenção. (PNSST – Plano Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador)

Neste diapasão, os dados tecnicos que dispomos, extraidos do CAT – Comunicação de Acidentes do Trabalho -, divulgados pelo Ministério da Previdência, demonstram claramente que os numeros divulgados pela CUT não tem nenhuma consistência; senão vejamos:

O Brasil gasta hoje cerca de 4% do PIB com doenças e agravos ocupacionais, ou seja: U$ 62,8 bilhões por ano. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Previdência, - repercutido nas publicações daquela Comissão Tripartite, extraídos de relatórios referente as atividades do CNAE/2006 - tivemos no Brasil 2.717 óbitos por acidente de trabalho, com uma taxa de mortalidade de 10,01 para cada 100 mil vínculos, sendo que 8.383 mil trabalhadores ficaram incapaz para o trabalho.

A indústria de transformação, incluido a extrativista, concorreu, naquele ano, com 603 óbitos deixando 2.383 mil incapacitados. Os serviços terceirizados, (outras atividades de serviços prestados as empresas) teve 192 óbitos, taxa de 10,90(o serviço de segurança pesa muito neste ítem) a cada 100 mil vínculos, e 505 ficaram incapacitados permanentemente. Apenas a título de informação, já que tanto a FUP – Federação Única dos Petroleiros - como a CUT se utilizam dos números do segmento de petróleo, principalmente do Rio de janeiro, segundo a mesma fonte, os serviços relacionados com extração de petróleo, gás e refino de petróleo, teve uma taxa de mortalidade de 34.81 sendo que os serviços terceirizados, naquele Estado, participaram com uma taxa de mortalidade de 8,73 para cada 100 mil vínculos.

Destarte que são numeros extraidos do CNAE – Classificação Nacional de Atividade Econômica -, o que separa claramente as ocorrências dos trabalhadores terceirizados e aquelas relativas aos trabalhadores das empresas tomadoras.

Deve-se ressaltar ainda, numa análise macro do próprio relatório do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2009, seção IV – acidentes do trabalho – que houve uma queda significante em relação a 2008; 4,4% nos acidentes e de 11.4% nas mortes.

Isto posto, cabe a CUT e seus colaboradores, demonstrarem de onde vieram os numeros, reiteradamente, divulgados, e quais foram os critérios técnicos utilizados, até porque os dados aqui citados são de conhecimento da entidade, pois servem também de base para os trabalhos desenvolvidos na CT-SST, da qual a CUT é parte integrante

Por fim, já passou da hora, para que pessoas e entidades que se auto-denominam defensores da dignidade da pessoa humana, entenderem que defender não é apenas discursar, mas agir! Falam muito que os trabalhadores terceirizados são discriminados, humilhados, etc., mas, mesmo que seja verdade, o que de concreto eles fazem, ou fizeram, para mudar esta situação? Na verdade, e muitos dos trabalhadores terceirizados não percebem, o que eles querem é vê-los fora dos seus domínios, ou seja, desempregados, porque, além de serem, na sua grande maioria, pessoas humildes, não pertencem a sua casta e, ainda, atrapalham seus interesses econômicos e políticos.